11 de abril de 2007,vai ser uma data lembrada por torcedores
do América assim como 28 de janeiro de 1946.
Aquele dia assistimos o último jogo do América na elite do
futebol paulista. E pelo jeito nunca mais veremos o América de volta a esse
lugar tão glorioso que ocupou 43 vezes.
Era o jogo do novo século para o América, pelos resultados tínhamos
condições sim de conseguirmos escapar com uma vitória dentro de casa contra um
total desmantelado time do Ituano.
Me lembro daquele dia, fui a banca e comprei o Jornal Lance,
na internet e no jornal fazia várias contas possíveis para o América escapar do
rebaixamento.
Brigavam ferrenhamente 3 times, São Bento, América e
Sertãozinho.
O São Bento já estava condenado, pegava o Palmeiras, que
brigava pela classificação com o Bragantino. Já o Sertãozinho pegava a Ponte
Preta do Finazzi em Campinas.
Era necessário apenas uma vitória em casa.
Só que ai você via a tabela e via 6 derrotas consecutivas o
time que tinha 2% de chance de rebaixamento que até chegou a brigar por uma
vaguinha nas semifinais do interior tinha se perdido.
O presidente Zanirato tinha abandonado o barco, estava com “Depressão”
escondido em um sítio da cidade. Seus
diretores da mesma forma competentes como ele contrataram o Luis Carlos
Ferreira o Ferreirão, ou Franguinho pelos Rio-Pretenses.
Isso porque o anterior treinador Heriberto Cunha abandonou o
time lá em São Paulo depois de derrota para o Corinthians, enfim um barco
afundado.
Mesmo assim fui ao Teixeirão confiante com uma tabela na mão
e um fone de ouvido pra escutar o jogo, confiante demais que iríamos escapar.
Bom chegando ao estádio em horário pouco habitual jogo as
21:45 da noite, horário ridículo pra quem assiste futebol no estádio. O América
começou muito bem.
Marcio Barros e o zagueiro Matheus fizeram 2 gols pelo América, o time ganhando de 2 a 0, estava
tudo dando certo, o time mostrando um futebol mediano muito melhor que o Ituano.
Acabou o primeiro tempo e os resultados dando certo. Comecei a ficar mais
aliviado afinal de contas não estávamos mais caindo.
Assisti esse jogo atrás do gol de entrada do Teixeirão, onde
vi todos os gols do primeiro tempo e onde assistiria todos os gols do segundo.
O Ituano voltou diferente para o segundo tempo, nem parecia
aquele time desinteressado do primeiro tempo, acesso logo tratou de descontar.
Lógico que a mala preta por parte do Sertãozinho tinha rolado.
E ai começou o sofrimento, foi ataque contra defesa, o
América foi sufocado sem dó pelo Ituano. O Rubro não conseguia reagir. O
Ferreirão gritava com os jogadores, pelo numero pois não sabia sequer o nome
deles.
E ai entrei em desespero, depois em choque não acreditando
no que via mais. Não sentia mais emoção não sentia mais nada.
Aos 42 do segundo tempo a bola bate em um jogador de defesa
e entra devagar como uma ultima punhalada de misericórdia.
Não dava tempo para mais nada. O América perdeu o jogo e foi
rebaixado. Lembro do Ferreirão xingando o goleiro Adson. Lembro do time saindo
de campo a câmera ligada na cara de cada um. Eu apenas deitei na arquibancada e
vi tudo rodar. Eu não estava acreditando, na hora veio na cabeça que era alguma
mentira ou que iríamos nos safar no tapetão.
Bom fui embora 1 da manhã do Teixeirão, cheguei em casa
tomei um banho e deitei na cama.
Meu mundo caiu e comecei a chorar. Como chorei no outro dia,
como choro até hoje.
Dia 11 de abril de 2007, o Gigante do interior adormeceu.
